quinta-feira, 5 de maio de 2011

Filmes de Abril

Dessa vez eu ia tentar diminuir um pouco o tamanho do meu post, mas acabou que ficou maior ainda, espero que tenham muita vontade de ler ou um pouco de paciência. Bom, tentarei escrever um pouco menos sobre cada filme da próxima vez. Nesse mês de abril vi muitos filmes bons, minhas indicações ficam com: Sicko e qualquer outro do Michael Moore, Stalker (mas alerto que é um filme difícil de compreender), O Túmulo de Vagalumes e Corpo Fechado. Queria pedir também para o pessoal que gosta de filmes comentar sobre os que já viram entre os do post e falar sua opinião, concordar ou discordar de mim, indicar alguns, por fim, interagir. Seria muita legal mesmo, então comentem sempre que tiverem uma opinião. Ai estão os filmes que vi esse mês:

Antes do Pôr-do-Sol – Before Sunset (2004)

A continuação é tão boa quanto o primeiro filme. Richard Linklater mantem o mesmo estilo e segue com ótimos diálogos e situações entre o casal. Nesse filme há uma revelação inesperada sobre o último encontro dos dois, bem legal, e também descobrimos que apesar de ambos terem seguido suas vidas nunca se esqueceram realmente e não estão felizes. Essa continuação matou nossa curiosidade sobre o que aconteceu depois do primeiro filme, mas acabou quase da mesma forma, em aberto, deixando-nos a imaginar novamente. Foi um final ótimo, apesar de inesperado, não teria outra forma de encerrar tão bem a história dos dois.


Tudo Sobre Minha Mãe – Todo sobre mi Madre (1999)

Difícil falar desse filme, mais uma obra complexa de Almodóvar. Sua admiração pelas mulheres esta mais do que presente, já que todas as personagens principais são (originalmente ou não) mulheres. O filme é sobre as pessoas, seus erros e acertos na vida, suas personalidades, seus sentimentos. Não é fácil de apreciar nem de entender, talvez deva ser visto mais de uma vez. Ainda verei uma segunda, mas a qualidade de Almodóvar já é aparente, construindo um bom filme.


Sicko - $O$ Saúde – Sicko (2007)

Michael Moore como sempre maravilhoso. Mais uma vez expõe problemas, cutuca o governo Bush, busca ótimas situações, faz uma ótima montagem e não tem pudor nenhum. É impressionante como nos EUA os planos de saúde não querem ter despesas grandes, como há pessoas sofrendo por isso e como em outros países a saúde é totalmente de graça. Não há muito o que falar, todos, sem exceção, precisam ver esse filme (e os outros de Moore também), e eu tenho apenas algumas ocasiões a destacar: A busca incessante de Moore para achar um caixa em um hospital na Inglaterra (com um final espetacular), onde as pessoas riam quando ele perguntava sobre a conta a ser paga. Os americanos doentes, que não receberam tratamento nos EUA, sendo tratados gratuitamente pelos “supostos inimigos”. E Moore a caminho da casa branca com sua roupa suja para o governo lavar (vejam e entenderão).


Stalker – Stalker (1979)

É um filme extraordinário, porém dificílimo de ser compreendido. Ainda há muito mais para eu entender, mas não é necessário compreende-lo totalmente (talvez não seja nem possível) para aprecia-lo, o fato de sentir que há muito mais por trás de tudo é maravilhoso. O filme é belo e lírico ao mesmo tempo que triste e confuso e possui um teor filosófico/reflexivo, dividido em três tipos diferentes de personagens, que atinge diretamente a nós.  Andrei Tarkovsky fez um trabalho belíssimo, minucioso e complexo, o primeiro que vi do diretor.


Machete – Machete (2010)

A história é interessante, porém o filme foi feito para ser trash e segue bem seu estilo. Tem cenas toscas, engraçadas, idiotas, exageradas, mulheres nuas, explosões, sangue e Machete como um perfeito protagonista. É um filme bem bom para se divertir, nada mais.

A Vida de Brian – Life of Brian (1979)

Depois de “O Sentido da Vida” (inicio bom, depois horrível, no geral ruim), A Vida de Brian melhorou bastante, ainda tem partes que achei ruim (como aquela dos ET’s, bem idiota), mas tem piadas boas distribuídas pelo filme todo e a parte que todos acham que Brian é o Messias é a melhor. Esse sim uma comédia de qualidade.

Educação – An Education (2009)

Muito bom filme, diferenciado, com um ótimo roteiro e ótimas atuações. O comentário de Felipe Tostes, um dos editores do site de cinema que sou cadastrado, resumiu bem o que achei do filme: "Seu maior defeito é ser tão bom e vender tão bem seu argumento, que quando modifica sua postura, nos faz sentir traído.”.

Sexo Com Amor? (2008)

Filme nacional bobinho que peguei passando na tv de madrugada, sem sono foi uma opção válida. Fala até de um bom tema (traição), mas a história é bem clichê e ruinzinha, parecia mais uma novelinha da Globo, mas não é totalmente desprezível.

Matrix – Matrix (1999)

É inacreditável, mas eu nunca tinha realmente visto Matrix. Fez jus a toda sua fama, é realmente muito bom, um filme que agrada a todos os públicos, filosófico, mas de ação. A história criada por Lana e Andy Wachowski é muito boa, bem bolada e bem contada, e é o ponto forte do filme, que também conta com ótimos diálogos e atuações. As cenas de luta, slow motion, os efeitos especiais e toda a parte de ação fazem um bom contraste e são muito bons para a obra. Porém achei que o filme perdeu um pouco a força no final, nas cenas exageradas de tiros e no desfecho entregue completamente ao amor. Mas nada que lhe tire a tamanha qualidade.

O Túmulo dos Vagalumes – Hotaru No Haka (1988)

Esse mês eu iria ver mais alguns filmes de Hayao Miyazaki como A Viagem de Chihiro e O Serviço de Entregas de Kiki, mas por indicação de um amigo acabei vendo antes O Túmulo de Vagalumes. É um filme muito triste, com um toque de beleza. Passado durante a II Guerra Mundial dois irmãos ficam órfãos e tem dificuldades para sobreviverem devido aos constantes ataques aéreos sofridos. O filme alterna os momentos bonitos e tristes como: quando a mãe dos dois morre ou quando os dois brincam felizes na praia. Quando os dois fazem uma refeição farta ou quando precisam roubar para se alimentar. Quando os dois brincam com os vagalumes ou quando estão sofrendo um bombardeio. Os vagalumes e as bombas são o maior símbolo desses contrastes. Mas o filme fica realmente chocante quando Setsuko, a irmã caçula, começa a ficar doente e Seita, o irmão mais velho, precisa fazer de tudo para salva-la. O Final do filme é o ápice do drama. Muito boa obra de Isao Takahata.


Monty Python em Busca do Cálice Sagrado – Monty Python and the Holy Grail (1975)

Embalado por “A Vida de Brian” resolvi, depois de seguir a ordem sugerida por um amigo (do pior para o melhor), ver finalmente Em Busca do Cálice Sagrado. Considerado a maior comédia de todos os tempos a expectativa era grande, e eu não me decepcionei, mas não concordo com essa fama. É definitivamente o mais engraçado dos três, e também o mais elaborado, mas continua tendo algumas piadas bem ruins, como a parte do castelo onde só tem mulheres. Por outro lado a parte da discussão com um camponês sobre monarquia, a que tentam provar que uma mulher é bruxa, a luta com o cavaleiro que perde os quatro membros, entre outas são ótimas. O que impressiona também é a versatilidade, desde os atores que atuam em vários personagens, até os recursos e piadas utilizados para contornar a falta de dinheiro para fazer o filme. No fim das contas é um clássico, que mesmo não sendo o melhor é muito bom.

Acossado - À bout de souffle (1960)

Filme de qualidade de Godard, com uma história simples, não muito ousada, bons personagens e boa direção. O casal principal faz uma dupla ótima, ele um personagem bem construído e representado, ela muito bonita e com um jeitinho apaixonante, os dois tem cenas muito boas como a que se passa no quarto dela. A história se desenvolve bem e termina com um toque intrigante.

Viver – Ikiru (1952)

Ao ler a sinopse desse filme imaginei uma linda obra de reflexão sobre a morte, mas, apesar de ter sido um bom filme, não foi o que encontrei. Kurosawa podia ter focado mais na construção do parque, construindo uma obra mais filosófica e metafórica. Mesmo assim o trabalho com flashbacks no final foi uma boa escolha. A expectativa pode estragar um pouco, mas não deixa de ser mais um bom filme de Kurosawa.

Encurralados – Shattered (2007)

Mais um filme que peguei passando na televisão, dessa vez a tarde. O filme tem uma ideia interessante que podia ser melhor aproveitada, mas acontece totalmente o oposto. O Maior defeito do filme é sua previsibilidade, logo no inicio eu já sabia os segredos mais importantes (menos um), e sua insistência em situações e diálogos ruins e bobos.  O que o filme tem de melhor é justamente uma revelação que eu (e imagino que ninguém) não previ, essa sim foi uma ótima ideia e bem trabalhada pois não deixou nenhuma pista durante o filme. O filme todo e só uma grande surpresa, no geral ruim.     

Veludo Azul – Blue Velvet (1986)

Um filme muito bem conduzido por David Lynch, diferenciado, com ótima história e personagens e belas atuações. É um exemplo de um ótimo drama/suspensa, o filme é tenso o tempo todo, prende a atenção do espectador e conta com personagens muito bem definidos, desde o misterioso Jeffrey até o extremamente louco Frank Booth. E o filme ainda conta com uma bela metáfora, mostrada no inicio e no fim através de insetos, que por mais que superficialmente a vida talvez seja linda, no fundo (e na verdade), mesmo que você não possa ver, haverá sempre o lado feio, que inevitavelmente faz parte da vida também.

    
Queime Depois de Ler – Burn After Reading (2008)

Pensando nele apenas como um filme de comédia, realmente não me fez dar muitas risadas, mesmo achando certas cenas engraçadas, mas não posso avaliar esse filme apenas pensando se ri ou não. É um trabalho muito bom, com uma trama bem bolada, um humor um pouco seletivo e acima de tudo personagens maravilhosos. Todos são muito bem definidos e muito bem atuados, Brad Pitt é o melhor exemplo disso, está sensacional, George Clooney e John Malkovich também estão muito bem assim como o resto do elenco. Os personagens são o ponto alto desse bom filme.


Para quem já viu o filme clique aqui.

Corpo Fechado – Unbreakable (2000)

Um Filmaço. Obra diferenciada e espetacular de super-heróis. As atuações de Bruce Willis e Samuel Jackson são ótimas, mas o melhor de todos é Shyamalan, que faz uma direção magnífica, com enquadramentos maravilhosos, tomadas incríveis e ainda um ótimo roteiro.  O filme é muito bem desenvolvido e conta com um final muito bom.






Um comentário:

  1. Veja também Monty Python live at the Hollywood Bowl, para mim é o melhor deles!!

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