quinta-feira, 2 de junho de 2011

Filmes de Maio - Parte 1

Resolvi dividir o post dos filmes de maio em duas partes porque vi 27 filmes esse mês, portanto um só post ficaria gigante. Esse mês fiz uma mudança na forma de escrever o post: antes ao final do mês escrevia sobre todos os filmes, esse mês fui escrevendo conforme vi os filmes, e foi um ótimo mês pra começar isso porque ia ser bem complicado escrever sobre 27 filmes agora. Mas então, desse jeito acho que os comentários ficam melhores, porque escrever tudo junto ficava um pouco repetitivo e assim eu falo das minhas percepções logo após ter visto o filme. Enfim, minhas indicações estarão no próximo post, seguem os primeiros 14 que vi no mês, comentem sobre os que já viram.

Adaptação – Adaptation (2002)

Filme muitíssimo interessante, criativo e ousado. O roteiro não só é o destaque como é o próprio filme, a ideia foi de fato muito boa e a atuação de Nicolas Cage também. O filme, apesar de toda a confusão psicológica de Charlie Kaufman, é movimentado e interessante o tempo todo, e ainda tem um ótimo final.




Cinzas do Paraíso – Days of Heaven (1978)

É extremamente bonito visualmente, tem também uma bela história com uma narração maravilhosa, o ponto alto do filme. Mas as coisas acontecem muito rápido, e é ai que o filme perde força, tudo acontece muito corrido e as vezes sem muito sentido. Se Malick desenvolvesse mais a história, talvez alongasse mais sua obra de apenas 94 minutos, o filme seria muito melhor.




Sem Limites – Limitless (2011)

Fui ao cinema assistir esse filme com um amigo, só por entretenimento. Como entretenimento é interessante, mas irrita, pois poderia ser melhor. O filme tem uma premissa boa, mas é muito previsível, insiste em clichês e desiste de trabalhar sua ideia para desenvolver cenas de ação convencionais.  A Direção de Burger oscila entre razoável, algumas boas tomadas e péssimos efeitos estilísticos, apesar de acertar em alguns. Por outro lado Cooper tem uma boa atuação, mas Robert De Niro continua desperdiçando seu talento fazendo filmes com personagens que não exigem nada do ator.

O Desprezo – Le Mépris (1963)

Direção magnífica de Godard, a cena na cama e toda a parte do apartamento são lindas. Mas uma vez a protagonista de um filme do diretor francês é apaixonante, e seu desprezo a torna ainda mais atraente. Godard constrói um filme para falar de filmes, mas para não fazer apenas um filme dentro de outro cria uma bela história e trabalha através dela. Obra complexa e muito bem executada.




Marley e Eu – Marley and Me (2008)

A história de Marley é certamente emocionante, e o filme conseguiu transmitir isso muito bem, mas seu maior mérito é ao mesmo tempo conseguir contar a história da família de forma igualmente interessante e boa, resultando em um bom filme.

2:37 – 2:37 (2006)

Farei um texto especial falando de 2:37 e de Elefante, devido a grande semelhança entre eles.

A Mulher Faz o Homem – Mr. Smith Goes to Washington (1939)

Era visível que no fim das contas o Senador Paine cederia e revelaria a verdade, mas o filme é uma obra magnífica, mostrando que há pessoas mais poderosas e corruptas que os políticos e que são os manipuladores de tudo. Smith (uma belíssima atuação de James Stewart) por outro lado representa a inocência e honestidade de um sonho, não uma utopia. Mais um ótimo filme de Frank Capra.




Adrenalina – Crank (2006)

Me impressionei com esse filme, não porque imaginava que era ruim e achei bom, e sim porque pensei que era um filme sério. O filme tem boas ideias, mas algumas coisas que irritam. Tem um humor negro afiadíssimo, boas piadas, como a do taxista da Al-Qaeda (as velhinhas batendo nele enquanto ele diz que ama o Bush é hilário), o passarinho morrendo com uma bala perdida, é repentino e engraçadíssimo, e a cena do sexo em público, que morri de rir quando Chev diz “I’m alive!”, realmente muito boa. O filme também conta com uma trilha sonora compatível, mas as tomadas do coração, a hora que o Dr. no celular aparece na parede (!?), entre algumas outras cenas (viagens), são desnecessárias e ruins. Por outro lado é muito interessante reparar a paciência de Chev com sua namorada, por trás dessa ação toda tem uma história de amor, merecendo até um discurso final. O filme no geral é criativo e diferente, alterna bons e maus momentos e a meu ver seu gênero deveria incluir comédia, que é seu ponto forte.

À Prova de Morte – Death Proof (2007)

Eu entendo que o Tarantino quis fazer uma homenagem e provar pra si mesmo que conseguia gravar boas cenas de perseguição, mas o filme não ficou bom. As melhores partes são justamente as dos carros, mais precisamente toda a ação final, desde Zoe no capô do carro até a última capotagem, o que afirma como Tarantino é um grande diretor. De resto muita encheção de linguiça, diálogos fracos (o que é totalmente o oposto dos filmes de Tarantino) e um roteiro inteiro, na maioria ruim e cansativo, feito com o único proposito de gravar boas cenas de perseguição. Triste que Tarantino não conseguiu desenvolver mais um ótimo filme, fica registrado o sucesso nas cenas de carro, mas a decepção do resto, que apesar de eu não ter gostado tem definitivamente a marca do diretor.

Jackie Brown – Jackie Brown (1997)

É, junto com A Prova de Morte, outro filme que está abaixo do nível de Tarantino, mas ao contrário do primeiro, esse é no mínimo um bom filme. Em Jackie Brown Tarantino mantém um estilo parecido com Pulp Fiction, uma trama que se passa no mundo do crime, e que mesmo um pouco convencional é boa, e ótimos personagens (muito bom ver Robert De Niro trabalhando com Tarantino, mesmo seu personagem não sendo muito desenvolvido). No geral o filme é bom, mas ainda falta a genialidade costumeira de Tarantino.

O Grande Lebowski – The Big Lebowski (1998)

Outro filme interessante dos irmãos Coen, mas parece que eles fazem muitos filmes parecidos: uma trama bem bolada, personagens bem elaborados e algumas boas piadas. Onde os Fracos Não Tem Vez continua sendo para mim o melhor dos diretores. O Grande Lebowski tem uma história legal, e duas ou três ótimas piadas, mas o grande destaque com certeza é o Dude, um personagem maravilhoso, diferenciado, e muito  bem interpretado.

Os Idiotas – Idioterne (1998)

Stoffer alerta durante o filme: “Qualquer pessoa de fora não percebe o significado”, e realmente não é um filme para todos, e essa seletividade deve-se inteiramente a Lars Von Trier. O diretor, seguindo seu Dogma 95, não agrada muito com o estilo de conduzir o filme ou com sua total falta de censura, poderia talvez ser um pouco mais educado ou fazer uma direção mas convencional, menos confusa, trabalhando com uma história mais definida; mas se o filme fosse assim não seria o que se propôs a ser, não transmitiria o que transmite, não incomodaria. Mesmo algumas coisas me irritando no estilo von Trier, compreendo a forma dele conduzir o filme, sua direção é a essência de tudo que ele quer transmitir. Apesar de algumas cenas desnecessárias e alguns exageros, gostei do filme, me fez refletir e ficará na minha cabeça.

Carne Trêmula – Carne Trémula (1997)

Mais uma obra muito boa de Almodóvar. Depois de ver Tudo Sobre Minha Mãe e Fale Com Ela acho que esse é o que mais gostei do diretor. Mais uma vez um ótimo trabalho de personagens, todos eles com emoções reais e tocantes e envolvidos em uma ótima história, cheia de amor, ciúmes, vitórias e vingança. Tudo isso ainda com um toque especial, no inicio e no fim, mostrando o contraste de épocas através da movimentação nas ruas.




Curtindo a Vida Adoidado – Ferris Bueller's Day Off (1986)

Grande filme, com um tema aparentemente simples, mas muito bem executado. Tudo começa com a ótima escolha de o protagonista interagir com a câmera, o que foi muito bem feito com ótimas falas, como “isso é infantil e estúpido, mas a escola também é” e “a vida passa muito rápido, se não pararmos para curti-la podemos perdê-la” que é a frase do filme. John Hughes, além de fazer uma boa direção (pra citar uma cena, toda parte no museu de arte achei muito bonita), como roteirista impõe um exagero proposital ao filme, como o diretor da escola atrás de Bueller a qualquer custo, ou a demonstração da aula como algo totalmente chato, ou então na primeira aparição de Cameron, que nessa cena o drama ainda é acentuado pela trilha sonora (destaque também do filme). O filme ainda conta com cenas muito boas e engraçadas como Cameron no carro decidindo se vai ou não, o diretor da escola correndo e “andando” no corredor (achei genial) ou a parte em que toca a musica tema de Star Wars. A cena do desfile ao som de Beatles é o exemplo dessa obra, exagerada, engraçada e muito boa. O ponto fraco depende da pessoa, é qualquer cena que você não ache engraçada ou forçada de mais, a meu ver algumas partes do diretor da escola são um pouco fracas. Mas no geral Curtindo a Vida Adoidado é um filmaço. 




Nenhum comentário:

Postar um comentário