sexta-feira, 3 de junho de 2011

Filmes de Maio - Parte 2

Para quem está lendo este post antes do outro, aviso de novo que dividi os filmes de maio em duas partes, essa agora é a segunda, a primeira está logo abaixo. Bom as indicações desse mês poderiam ser varias, mas selecionei alguns filmes que chamam mais a atenção: Adaptação, A Mulher Faz o Homem, Carne Trêmula, Curtindo a Vida Adoidado, O Escafandro e a Borboleta, Magnólia e 12 Homens e uma Sentença. Cidade dos Sonhos nem falo nada, leiam o texto especial que fiz para o filme. Então, seguem os últimos 13 filmes que vi em maio, qualquer opinião ou pergunta é sempre bem vinda. 

Ilha do Medo – Shutter Island (2010)

É um filme para se ver mais de uma vez, mas há um pequeno problema: não estou com vontade de ver de novo. Não que eu tenha achado o filme péssimo, ele tem suas qualidades, uma trama surpreendente e um ótimo trabalho técnico de Scorsese, mas não me empolgou. Passei o filme adivinhando o que ia acontecer, acertando, errando, tentando outra vez, e as surpresas que tive não achei muito boas. Terminei de ver o filme com duvidas ainda, mas sem grande curiosidade para entendê-las. Por fim achei um filme regular, um pouco decepcionante, mas talvez quando eu assistir mais uma vez eu ache ele melhor.

Barry Lyndon – Barry Lyndon (1975)

É um filme de extrema qualidade técnica e estética, sendo esse seu ponto forte, devido, claro, a grande qualidade de Kubrick. A história é interessante e consegue suportar bem os 180 minutos, o que também é uma qualidade, mas infelizmente não é empolgante. Sendo Kubrick um dos meus diretores favoritos, Barry Lyndon é com certeza o mais fraco que vi dele, apesar de o diretor continuar brilhante atrás das câmeras. 

O Escafandro e a Borboleta – Le Scaphandre et le Papillon (2007)

A opção de Julian Schnabel de filmar através da visão do protagonista foi totalmente genial, fazendo jus ao prêmio de melhor direção recebido em Cannes. Fiquei tão encantado com esse estilo que acabei ficando meio decepcionado quando, mais ou menos na metade do filme, Schnabel resolve filmar mais o rosto de Jean-Do, mesmo ainda intercalando com a primeira opção. É claro que em certas partes era necessário uma câmera mais aberta, abrangendo todo o cenário, como em cenas ao ar livre; e certamente em alguma hora deveria se mostrar o rosto de Jean, mas poderia ter sido apenas nas lembranças e através de espelhos como foi utilizado no inicio do filme. Fora isso, que é apenas uma opinião estética minha, o filme foi maravilhoso, com uma história muito bonita reforçada pelas imaginações, lembranças e falas da consciência do protagonista, e ainda pela bela interação dele com as pessoas. É impressionante saber que essa é uma história real e que o filme só foi possível pelo livro escrito, mesmo nas condições em que estava, por Jean-Dominique Bauby. 


Cidade dos Sonhos – Mulholland Dr. (2001)

Fiz um texto especial para esse filme, clique aqui para ler.

Elefante – Elephant (2003)

Farei um texto especial falando desse filme e de 2:37, devido a grande semelhança entre eles.

O Homem Elefante – The Elephant Man (1980)

Um filme emocionante, triste e bonito. Talvez o filme mais triste que já vi. Lynch, em inicio de carreira, conduz muito bem a história, nos aproxima do personagem e transmite muito bem a mensagem. Na crítica de Emilio Franco Jr., um dos editores do cineplayers, site de cinema que sou cadastrado, há uma frase que resume muito bem a mensagem do filme: “John Merrick foi um homem, que conviveu boa parte de sua vida cercado por animais.”.


Magnólia – Magnolia (1999)

Paul Thomas Anderson fez um trabalho maravilhoso nesse filme. Primeiro uma ótima introdução, criativa e eficiente, seguida por uma excelente apresentação dos personagens, acompanhada com uma boa trilha sonora (a exemplo do filme todo), e então ele sustenta mais de 3 horas de duração sem cansar, desenvolvendo os personagens a todo momento, aprofundando seus sentimentos e intercalando entre suas histórias de forma que todos estão presentes do inicio ao fim (além da conexão que as histórias tem). Anderson faz uma ótima direção com destaque para a dinâmica entre as histórias, a cena dos corredores quando Stanley chega ao concurso e toda a parte da chuva de sapos (maravilhosa a tomada interior da ambulância virando). Uma cena que particularmente não gostei foi a que todos cantam a musica Wise up, apesar de significar muito para a história. Mas no geral Magnólia é um belíssimo trabalho, com ótimos personagens, tratando dos seres humanos e seus problemas, refletindo sobre a vida e os arrependimentos. Segundo filme que vejo do diretor (já vi Boogie Nights) e o segundo muito bom.


12 Homens e uma Sentença – 12 Angry Men (1957)

Demorei muito para ver esse filme, mas correspondeu a todos os elogios que já havia ouvido. É com certeza um filmaço, uma obra que mostra a força dos diálogos e que envolve totalmente o espectador apesar de se passar em um cômodo apenas. Grande clássico, gostei muito, mais uma prova de que diálogos de qualidade fazem um grande filme.


Kick-ass - Quebrando Tudo – Kick-Ass (2010)

Um pouco decepcionante esse filme, achei que seria mais original e sobre pessoas normais como super-heróis (como o protagonista), mas Hit-Girl e Big Daddy não podem ser considerados muito normais. Os primeiros 35 minutos estavam ótimos, mas a partir da primeira chacina de Hit-Girl o filme começou a ficar muito clichê e um pouco exagerado (apesar desse segundo ser proposital). Um destaque é a trilha sonora, muito boa nas cenas de Hit-Girl e um bom exemplo também é no carro quando Kick-ass e Red Mist dançam ao som de Crazy. O Filme tem boas ideias e boas cenas, como a primeira tentativa de heroísmo de Kick-ass, frustrada, e a segunda, bem sucedida, e a apresentação de Mindy e Big Daddy (mas como eu disse essas cenas estão nos 35 minutos iniciais), porém perde força com seus clichês, justamente quando eu esperava algo diferente e original o filme insiste na máfia como vilã, numa relação instável entre pai e filho, num nerd com problemas com mulheres, etc. Hit Girl com certeza é um personagem ótimo mas teve horas que achei de mais. Enfim, um filme ao mesmo tempo diferente e clichê.

Lixo Extraordinário – Waste Land (2010)

Extraordinário. Ótimo documentário, interessante que ao mesmo tempo trata da miséria e da realidade dos catadores do Jardim Gramacho e também fala da arte, mostrando o maravilhoso trabalho de Vik Muniz. Muito bonito. Cheguei  a conclusão depois desse documentário que por mais que vejamos vários sobre lixão, aterros e tal, só da pra entender de verdade o que é essa realidade estando lá. Mas esse foi mas um grande trabalho.


Felicidade – Happiness (1998)

Bom, me indicaram esse filme dizendo que era parecido com Beleza Americana, outra pessoa me disse que lembrava Réquiem Para Um Sonho, então estava com uma grande expectativa. A história lembra com certeza esses dois filmes, mas como filme, ao meu ver, não chega aos pés deles (que estão entre os melhores filmes que já vi). Interessante ver Felicidade logo depois de ver Magnólia, os dois contam varias histórias ao mesmo tempo, mas na obra de Paul Thomas Anderson elas estão na tela a todo momento, ele intercala entre elas de uma forma que você está ligado em todas juntas; já na de Todd Solondz as cenas são muito longas, esquecemos de uma trama enquanto estamos acompanhando a outra; além disse Magnólia é muito mais movimentado e Felicidade é bem devagar. Enfim, no geral não gostei muito do filme, apesar de ter suas qualidades não me conquistou como os outros filmes citados acima. Ele trata de temas pesados mas de uma forma que não me agradou, diferente das obras de Darren Aronofsky e Sam Mendes que contam com uma qualidade técnica incrível, nesse falta um desenvolvimento melhor, fiquei até um pouco incomodado com algumas situações. Por último queria ressaltar que não achei graça nenhuma no filme que tem como gênero, além do obvio drama, comédia.


O Serviço de Entregas da Kiki – Majo no Takkyûbin (1989)


Enfim assisti outro filme de Hayao Miyazaki, ainda está faltando A Viagem de Chihiro, que é o mais famoso, mas O Serviço de Entregas da Kiki é outro bom filme do diretor. Não é tão bom quanto Meu Vizinho Totoro, mas continua com a ótima animação e uma história muito bonita. No geral ele é bom, tem partes que gostei bastante, mas o final não gostei muito, me pareceu um pouco clichê, mas continua com personagens muito simpáticos e cativantes.

O Oitavo Dia – Le huitième jour (1996)

Depois de ver Mr. Nobody, que foi uma obra magnífica de Jaco van Dormael, O Oitavo Dia não ficou devendo. Mais um filme muito bom do diretor, dessa vez com uma história tocante e muito bonita, que não perde força apesar de pequenos exageros e algumas coisas sem muitas explicações. O filme ainda conta com uma introdução maravilhosa e cenas lindas de pura naturalidade e emoção. Van Dormael fez de novo uma ótima direção e os dois protagonistas tem uma ótima atuação, construindo cenas muito boas.


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